sexta-feira, 11 de março de 2011

Dislexia

Quantas crianças dislexas passam por nossa vida? Inúmeras. Nosso despreparo ou ignorância sobre o assunto são os nossos maiores inimigos.Tive 3 meninos no 6º ano, em 2010 que sofriam do mesmo problema de Ishaan. Eu atuando como professora de Inglês identifiquei que eles não sabiam ler o que estava na língua portuguesa, imagine na inglesa.Nem o nome sabiam fazer, e eu lá me sentindo uma inútil porque não sabia de que forma avaliar o conhecimento daqueles meninos na minha disciplina e ao menos atuar na ZDP deles. No resultado do final do ano eles foram reprovados em todas as matérias, e nenhum suporte psicológico ou especializado foi oferecido para aqueles meninos que sinalizavam problemas de dislexia.

Quantos desses perambulam pelas escolas? Repetem, , reprovam, e boiam o tempo todo sem conseguirem uma maior e melhor compreensão, apoio, socorro, ajuda... Quantos com tantos talentos desconhecidos?




Em fevereiro assisti ao filme indiano Como estrela na terra que traz como tema principal a Dislexia. Um filme com um roteiro superemocionante que retrata a vida de de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver. O filme é uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan.





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A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em aproximadamente 10% da população mundial, podendo também ser causada pela produção exacerbada de testosterona pela mãe, durante a gestação.

Muitas vezes confundida com déficit de atenção, problemas psicológicos, ou mesmo preguiça; esse transtorno se caracteriza pela dificuldade do indivíduo em decodificar símbolos, ler, escrever, soletrar, compreender um texto, reconhecer fonemas, exercer tarefas relacionadas à coordenação motora; e pelo hábito de trocar, inverter, omitir ou acrescentar letras/palavras ao escrever.

Indivíduos disléxicos possuem a área lateral-direita do cérebro mais desenvolvida que a de pessoas que não possuem essa síndrome, tendo geralmente, por tal motivo, mais facilidade em questões relacionadas à criatividade, solução de problemas, mecânica e esportes.

Levando em consideração o despreparo que muitas instituições de ensino têm em relação às particularidades dos alunos - muitas vezes, inclusive, criando e reforçando estigmas – esse comportamento é responsável por uma grande parcela das causas de evasão escolar. Além disso, muitos casos de suicídio e de violência juvenil têm sido associados aos portadores dessa síndrome; comportamentos estes muitas vezes relacionados às alterações emocionais decorrentes das suas dificuldades.

O diagnóstico consiste na análise do paciente, geralmente por equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo, etc.), excluindo outras possíveis causas. Tal avaliação permite que o acompanhamento seja feito de forma mais eficaz, já que leva em consideração suas particularidades individuais.


O tratamento embora não tenha cura, auxilia o paciente quanto às suas limitações, permitindo uma melhora progressiva e evitando, assim, que sofra problemas sérios relacionados à autoestima e socialização.



Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola
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Muitos famosos são disléxicos, artistas , atletas, escritores e grandes gênios da história:

Agatha Christie, escritora: "Eu, por mim mesma, sempre me reconheci ...como a 'mais lenta' da família. Isto era inteiramente uma verdade e eu sabia disto e aceitava isto".


Tom Cruise, ator: "Eu tinha que treinar a mim mesmo para concentrar minha atenção. Assim, me tornei muito visual e aprendi como criar imagens mentais para poder compreender o que lia".

Leonardo da Vinci, artista, escultor, cientista: "Você poderia preferir um bom cientista sem habilidades literárias, a um literata sem conhecimentos científicos".



Thomas Alva Edison, o maior inventor de todos os tempos: "A mais satisfatória forma de arrebatamento é pensar, pensar e pensar".



Albert Eisntein, um dos maiores cientistas de todos os tempos: "Quando eu lia, somente ouvia o que estava lendo, e era incapaz de lembrar a aparência visual da palavra que lia".


Danny Glover, ator: "As crianças faziam piada de mim por causa da minha pele negra, de meu nariz grande, e porque eu era disléxico. Já como ator, demorou um longo tempo para que eu pudesse entender por que as palavras pareciam misturadas em minha mente e eu as pronunciava de maneira diferente".


Magic Johnson, jogador americano de basquete: "Os olhares, as celebridades, os sorrisos...
Eu queria mostrar a cada um que podia fazer o meu melhor, mas, também, que eu era capaz de ler".

Henry Winkler, ator, diretor e produtor americano: "Quando criança, eu era rotulado de estúpido e preguiçoso. Meus pais não tinham nenhuma idéia de que eu tinha dificuldades de aprendizado".


Bem gente,vou ficando por aqui...